A leucoplasia pilosa é uma doença viral causada pelo vírus Epstein-Barr. Ela é encontrada principalmente em pacientes imunodeprimidos. É caracterizada pelo desenvolvimento de placas brancas, assintomáticas, com superfície corrugada ou pilosa, não removíveis, localizadas principalmente na borda lateral de língua, podendo também ocorrer na superfície ventral ou dorsal desse órgão, comprometendo outras mucosas da boca (Figura 1). Geralmente, o aparecimento dessas lesões está relacionado a grupos de pacientes com condições imunodebilitantes, como leucemia (após quimioterapia), transplantados, aqueles que fazem uso de medicação imunosupressora, mas, principalmente em infecções causadas pelo vírus HIV. No Brasil, a prevalêcia de leucoplasia pilosa entre pacientes HIV gira em torno de 28,8%. Tais lesões são assintomáticas e podem não requerer tratamento medicamentoso; mas, caso haja necessidade, deve-se fazer uso de drogas que, prescritas para uso tópico ou oral, inibam a replicação viral, tais como o acyclovir ou valacyclovir. Geralmente recomenda-se o tratamento tópico por ser menos invasivo e ter menor efeito colateral. Quando removido cirurgicamente, o exame microscópico irá mostrar hiperparaqueratose, acantose e células com alteração “balonizante” na camada espinhosa. Os núcleos das células infectados apresentam aparência de vidro fosco, homogêneos, anfofílicos, com marginação da cromatina contra a membrana nuclear. Entretanto, a presença do vírus, confirmada pela técnica de hibridização in situ, é o padrão ouro para o seu diagnóstico (Figura 2).

 

blank

Figura 1- Paciente com amiloidose primária fazendo uso de imunossupressores. Note que há extensa placa branca de superfície irregular na língua.

Imagem de hibrização in situ para o vírus EBV na leucoplasia pilosa

Figura 2 – Hibridização in situ revelando a presença do vírus Epstein-Barr (Cortesia do Dr. Brendan Conn).

 

Leitura Complementar:

1- Braz-Silva PH, de Rezende NP, Ortega KL, de Macedo Santos RT, de Magalhaes MH. Detection of the Epstein-Barr virus (EBV) by in situ hybridization as definitive diagnosis of hairy leukoplakia. Head Neck Pathol 2008;2:19-24.
2- Cho HH, Kim SH, Seo SH, Jung DS, Ko HC, Kim MB, et al. Oral hairy leukoplakia which occurred as a presenting sign of acute myeloid leukemia in a child. Ann Dermatol 2010;22:73-6.
3- Epstein JB, Sherlock CH, Wolber RA. Hairy leukoplakia after bone marrow transplantation. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1993;75:690-5.
4- Moura MD, Guimaraes TR, Fonseca LM, de Almeida Pordeus I, Mesquita RA. A random clinical trial study to assess the efficiency of topical applications of podophyllin resin (25%) versus podophyllin resin (25%) together with acyclovir cream (5%) in the treatment of oral hairy leukoplakia. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2007;103:64-71.

 

 

Consultório

blank

Conheça nossos cursos

blank