O lúpus eritematoso é uma doença de etiologia desconhecida, sendo tradicionalmente classificado em sistêmico ou discoide (cutâneo-mucoso). A forma sistêmica afeta principalmente mulheres jovens, cujos sintomas apresentados são febre, mal-estar, anemia, dores articulares e rash cutâneo (manchas eritematosas). Algumas vezes, esse rash se localiza na região malar, com aspecto de “asa de borboleta”, o que – mesmo não sendo específico – é bastante comum nesta doença. O comprometimento renal é frequente e, com o passar do tempo, a glomerulonefrite membranosa progride para insuficiência renal. Podem ser observadas alterações oculares, cardíacas ou laboratoriais; nestas últimas, incluem anticorpos anti-DNA e RNA de fita dupla, presença de fator reumatoide, trombocitopenia e anemia hemolítica. Na forma discoide, o rash cutâneo é semelhante ao observado na forma sistêmica, embora, as anormalidades sorológicas sejam menores ou ausentes, os sintomas sistêmicos, geralmente, não são encontrados. As lesões orais no lúpus eritematoso são formadas por áreas eritematosas, erosivas ou placas brancas, que, às vezes, se apresentam simetricamente distribuídas (Figuras 1 e 2). Por vezes, estas lesões assemelham-se ao líquen plano e estão localizadas principalmente na mucosa jugal e no palato.

 

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Figuras 1 e 2- Observar nas figuras acima áreas vermelhas recortadas por estrias brancas, em padrão rendilhado, distribuídas bilateralmente no palato. Observar na mucosa gengival áreas eritematosas erosivas.

 

Características histopatológicas

A biópsia do lúpus revela a presença de degeneração de liquefação da camada basal com formação de corpos coloides, epitélio com acantose, áreas atróficas e, em alguns casos, hiperplasia pseudoepiteliomatosa. Eventualmente, as cristas epiteliais encontram-se afiladas e profundas, de modo que, o infiltrado é variável e difuso (Figura 3). A membrana basal apresenta-se espessada e o exame de imunofluorescência evidencia depósitos de imunoglobulina perivascular na mesma.

 

Imagem microscópica do lupus eritematoso

Figura 3- Imagem microscópica do lúpus eritematoso exibindo hiperplasia epitelial, degeneração vacuolar basal e infiltrado difuso, disposto principalmente na extremidade das cristas epiteliais afiladas.

 

Tratamento

O tratamento do lúpus eritematoso envolve o uso de drogas imunossupressoras, incluindo corticoides.

 

Leitura Complementar:

1- Lourenço SV, Sotto MN, Vilela MAC, Carvalho FRG, Rivitti EA, Nico MMS. Lupus erythematosus: clinical and histopathological study of oral manifestations and immunohistochemical profile of epitelial maturation. J Cut Pathol 2006;33:657-662.

2- Scully C, Cawson RA. Medical problems in dentistry. Wright: Oxford 4ed, 2000.

 

 

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