A mácula melanótica é uma alteração pigmentada plana, bem circunscrita, de coloração marrom ou negra, de etiologia desconhecida ou reacional. As lesões correspondem a uma sarda com localização intraoral, mas podem também estar associadas com eventos inflamatórios, a síndrome de Peutz-Jeghers e doença de Addison, além de outras síndromes ou condições sistêmicas. Na síndrome de Peutz-Jegher o paciente apresenta além das máculas orais ou periorais, pólipos intestinais múltiplos que podem sofrer transformação maligna. A doença de Addison é uma insuficiência adrenocortical causada por infecção por tuberculose, neoplasias, doença autoimune ou idiopática. A insuficiência adrenocortical é acompanhada por perda de peso, náusea, desidratação, diarreia, vômito e hipotensão. As lesões pigmentadas orais na Doença de Addison são causada pela produção aumentada do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) e do hormônio estimulante de melanócitos (α-MSH), em resposta à produção reduzida do cortisol pela glândula adrenal. O gene do hormônio α-MSH é um splicing alternativo originado do mesmo gene que codifica o gene do ACTH. Assim, quando o ACTH tem a sua transcrição aumentada, existe aumento também na secreção do α-MSH. O hormônio α-MSH apresenta várias funções, sendo uma delas a estimulação de melanócitos. O diagnóstico precoce da doença de Addisson é extremamente importante porque a doença pode seguir um curso fatal.
A mácula melanótica geralmente ocorre na porção anterior da cavidade oral, em especial na mucosa do lábio inferior, gengiva, palato ou mucosa jugal (Figuras 1 e 2). A maior incidência da lesão ocorre na fase adulta, principalmente em pacientes da quarta ou quinta décadas de vida. Embora esta alteração não apresente potencial de transformação maligna, quando não é possível alcançar o diagnóstico com base nos dados clínicos, realiza-se a biópsia.
Figuras 1 e 2- Imagem clínica de mácula melanótica ne gengiva e mucosa labial.
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