O tumor melanótico neuroectodérmico da infância é uma neoplasia rara que afeta pacientes geralmente no primeiro ano de vida e que tem como possível origem as células da crista neural. Esta hipótese é reforçada pela presença de ácido vanilil mandélico e de catecolaminas na urina de pacientes com o tumor. Esse tumor foi primeiramente descrito por Krompecher em 1918.
Características clínicas
Este tumor acomete primordialmente a maxila, apesar de eventuais relatos de sua ocorrência na mandíbula ou no crânio. De modo geral, se trata de uma lesão assintomática, caracterizada pela presença de tumefação. A mucosa que recobre o tumor pode revelar a presença de áreas azuladas ou negras em virtude da produção de melanina pelas células neoplásicas (Figura 1).
Figura 1- Imagem clínica do tumor melanótico neuroectodérmico da infância. Áreas de pigmentação escura podem ser notadas.
Características imaginológicas
Nos exame de imagem o tumor se apresenta destrutivo, mas com limites bem definidos (Figura 2).
Figura 2- Imagem tomográfica demonstrando lesão tumoral expansiva.
Características histopatológicas
No exame macroscópico da peça cirúrgica poderemos notar a presença de áreas de coloração escura (Figura 3). Microscopicamente, o tumor é formado por células arranjadas em lençois, alvéolos ou trabéculas, sustentadas por um estroma fibroso celularizado. A população de células neoplásias exibe morfologia bifásica, constituídas por células epiteliodes grandes, cujos citoplasma exibem melanina, intercaladas por células pequenas, ovoides indiferenciadas, semelhantes a neuroblastos (Figuras 4 e 5).
Figura 3- Exame macroscópico da peça cirúrgica mostrando a presença de uma massa sólida contendo áreas pigmentadas (Imagem gentilmente cedida pelo Prof. Wagner Castro)..
Figura 4- O tumor melanótico neuroectodérmico da infância é formado histologicamente por uma população de células com morfologia bifásica, constituídas por células epitelioides grandes, cujos citoplasmas exibem melanina, intercaladas por um conjunto de células pequenas, ovoides indiferenciadas, semelhantes a neuroblastos. A fotomicrografia mostra um tumor com predomínio de células epiteloides.
Figura 5- Infiltração dos espaços medulares pelas células neoplásicas.
Tratamento
O tratamento é a excisão cirúrgica com curetagem da cavidade e recidivas são ocasionalmente observadas. As áreas pigmentadas podem ser visualizadas no exame da peça cirúrigca (Figura C).
Leitura Complementar:
2- Rustagi A, Roychoudbury A, Karak AS. Melanotic Neuroectodermal Tumor of Infancy fo the Maxilla: A case report with review of literature. J Oral Maxillofac Surg 2011;69:1120-1124.
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