O pseudocisto antral é um espessamento da mucosa sinusal provocado pelo acúmulo de exsudato inflamatório, situado abaixo da mucosa, provocando a sua elevação. Vários agentes etiológicos são propostos, entre eles a infecção odontogênica, a infecção da mucosa sinusal ou alergia.

 

Característcas clínicas e imaginológicas

A lesão normalmente é assintomática e, portanto, é descoberta acidentalmente em exames radiográficos de rotina, nos quais nota-se imagem radiopaca em forma de cúpula no soalho do seio maxilar (Figura 1). Em alguns casos, sintomas como obstrução nasal, dor de cabeça, dor sinusal, acompanhada por secreção nasal, são observados. Entretanto, esses sintomas estão principalmente associados com a a alguma sinusopatia, não sendo aliviados com a remoção do cisto.

 

 

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Figura 1- Imagem radiográfica mostrando massa radiopaca em forma de cúpula na região do assoalho do seixo maxilar.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial inclui outras alterações patológicas do seio maxilar como: póplipo sinusal, cisto de retenção, mucocele sinusal, cisto ciliado pós-cirúrgico do seio maxilar e neoplasias. O acúmulo de exsudato no pseudocisto antral  acontece abaixo do periósteo; já no pólipo sinusal, o exsudato inflamatório acumula-se na lâmina própria, causando elevação irregular da mucosa. Diferente do formato em cúpula do pseudocisto na região do assoalho sinusal, o pólipo apresenta formato irregular, por vezes, pedunculado. O cisto de retenção do seio maxilar surge em virtude do bloqueio do ducto da glândula seromucosa e localiza-se próximo ao óstio ou no interior de pólipos. Esse cisto dificilmente provoca manifestações clínicas relevantes. A mucocele sinusal surge em razão do bloqueio do óstio sinonasal. Essa obstrução transforma o revestimento sinusal em revestimento cístico, o que ocasiona a expansão gradativa do seio maxilar e destruição óssea. Eventos traumáticos ou cirúrgicos no seio maxilar podem levar a ruptura do epitélio sinusal; e este pode formar uma nova cavidade cística, denominada cisto ciliado pós-Cirúrgico do seio maxilar. Com o tempo, esse cisto pode levar à perfuração e destruição das paredes do seio maxilar. Achados semelhantes podem ser encontrados nos casos de neoplasias dessa região. Diante disso, pode-se inferir que tanto a mucocele sinunasal, e o cisto ciliado pós-cirúrgico do seio maxilar, como as neoplasias, levam a destruição das paredes do seio maxilar e, devendo ser tratados cirurgicamente – no caso das neoplasias o tratamento dependerá do diagnóstico.

 

Tratamento

Nenhum tratamento é indicado para o pseudocisto antral. A presença da lesão não representa necessariamente uma contraindicação para o levantamento da mucosa para a colocação de enxerto ósseo para implantes.

 

Leitura Complementar:

1- Celebe N, Gonon ZB, Kilic E, Etoz O, Alkan A. Maxillary sinus floor augmentation in patients with maxillary sinus pseudocyst: a case report. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2011;112:e97-e102.

2- Gardner DG. Pseudocyst and retention cyst of the maxillary sinus. J Oral Surg 1984;58:561-7.

3- Neville BW, Damm DD, Allen CM, Chi AC. Oral and Maxillofacial Pathology. Elsevier, St. Louis, 4ed. ,2016.

 

 

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