O mixoma odontogênico é uma neoplasia mesenquimal benigna com provável origem relacionada ao ectomesênquima de um dente em desenvolvimento. Embora estudos moleculares tenham mostrado alteração genética na subunidade 1A da proteína quinase A, os mecanismos moleculares relacionados a esta via são ainda pouco conhecidos.
Características clínicas
O mixoma odontogênico acomete, principalmente, pacientes da segunda e terceira décadas de vida, afetando, em especial a região posterior da mandíbula. O tumor exibe crescimento lento e pode levar ao deslocamento de dentes e expansão das tábuas corticais. Nas fases iniciais de desenvolvimento, é assintomático, o que dificulta o diagnóstico e, consequentemente, retarda o seu tratamento. A ausência de tratamento pode causar mobilidade dentária e parestesia, nos casos avançados.
Características radiológicas
Radiograficamente observa-se imagem radiolúcida (uni ou multilocular), com limites, por vezes, indefinidos. Quando multilocular, assemelha-se a “teia-de-aranha”, pois apresentam septos de tecido ósseo dispostos em ângulos retos (Figura 1). A ausência deste sinal não exclui a hipótese do diagnóstico de mixoma.
Figura 1- Imagem mostrando lesão radiollúcida multilocular, lembrando aspecto de “teia de aranha”.
Características histopatológicas
Registra-se que macroscopicamente, a peça cirúrgica ou a biópsia incisional do mixoma apresentam aspecto gelatinoso (Figura 2). No exame microscópico o tumor apresenta similaridade histopatológica com o ectomesênquima da polpa dentária. Células estreladas, fusiformes ou ovoides, dispostas ao acaso em um estroma mixoide são identificadas (Figuras 3 e 4).
Figura 2- Aspecto macroscópico gelatinoso do mixoma odontogênico (Imagem gentilmente cedida pelo Prof. Wagner Castro).
Figura 3- Imagem microscópica do tumor recortado por trabéculas ósseas remanescentes em disposição angular.
Figura 4- Imagem microscópica em maior aumento mostrando fibroblastos estrelados ou fusiformes, dispostos ao acaso em um estroma mixoide.
Tratamento
Como o Mixoma é infiltrativo e recidivante, a ressecção marginal é o tratamento indicado. Variações nesta abordagem podem ocorrer em função, principalmente, do tamanho, localização do tumor e idade do paciente.
Leitura Complementar:
2- Simon ENM, Merkx MA, Vuhahula E, Ngassapa D, Stoelinga PJW. Odontogenic myxoma: a clinicopathological study of 33 cases. Int J Oral Maxillofac Surg 2004;33:333-337.
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