O cisto gengival do recém-nascido é um cisto odontogênico de desenvolvimento originado de remanescentes da lâmina dentária. A lesão afeta cerca de 30 a 50% dos recém-nascidos. Com apresentação clínica múltipla, são observadas pequenas pápulas de coloração amarelada, que resultam do acúmulo de ceratina no seu interior. De forma distinta das pérolas de Epstein e dos Nódulos de Bohn, que se distribuem ao longo da linha média palatina e da região entre palato duro e mole, respectivamente, os cistos gengivais do recém-nascido ocorrem, exclusivamente, ao longo da mucosa alveolar e gengival, sendo o rebordo alveolar maxilar predominantemente acometido (Figura 1).
Do ponto de vista histopatológico, o cisto gengival do recém-nascido mostra revestimento formado por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. O lúmen do cisto é preenchido por queratina. Como as lesões tendem a se romperem espontaneamente com o tempo, não requerem tratamento. A involução geralmente ocorre até 3 meses após o diagnóstico. Diante desse diagnóstico, o profissional deve apenas esclarecer os pais sobre condição, não sendo necessária nenhuma conduta clínica adicional.
Figura 1- Esquema mostrando a localização do cisto gengival do recém-nascido, pérolas de Epstein e Nódulos de Bohn. Enquanto o cisto gengival do recém-nascido tem como origem remanescentes epiteliais da lâmina dentária, as perólas de Epstein originam-se de remanescentes epiteliais aprisionados durante a fusão dos processos palatinos. Os nódulos de Bohn são derivados das glândulas salivares menores.
Leitura Complementar
1- Bilodeau EA, Hunter KD. Odontogenic and Developmental Oral Lesions in Pediatric Patients. Head Neck Pathol. 2021;15:71-84.
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